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quarta-feira, 12 de junho de 2013



ARTIGO DE OPINIÃO 

POLÍTICAS EDUCACIONAIS E DESIGUALDADES:
À PROCURA DE NOVOS SIGNIFICADOS

Raquel Soares Viana




Trabalho apresentado como requisito parcial, para obtenção do titulo de Mestre no programa de Pós-Graduação. Sob a orientação do Professor Dr. Antonio Fortunato, da SAPIENS.




ALTO DO RODRIGUES-RN
2013


Vivemos em um país onde na última década as transformações sociais tem sido impactantes na vida dos brasileiros, um governo popular de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico e social, através de programas e ações que vem fortalecendo o país como também combatendo os principais males da sociedade, dentre tantos, a corrupção, a pobreza a desigualdade social e déficits educacionais. Há ainda muito a se fazer e combater, muitas as tentativas de elevar o país ao seu status de “gigante pela própria natureza” mas nada disso será possível se a sociedade não entender seu papel de principal agente das mudanças desse país e de compreender que não está apenas nos governantes o “poder” que farão a reais mudanças desse país. A sociedade organizada, devidamente consciente e articulada tem o “poder” de também decidir o tipo de política que se deseja para o nosso país.
Aí nos deparamos com a crise educacional. Como elevar o país a categoria de desenvolvimento se a população não usufrui desse direito na sua plenitude? Como fazer a sociedade entender que só através da educação é que teremos um povo esclarecido, crítico, cobrador dos seus direitos? Como fazê-lo, se os principais agentes transformadores dessa sociedade são os mais vitimados pela crise educacional? Destaco a desvalorização profissional, o descaso com o aparelhos públicos, os altos índices de analfabetismo, evasão escolar, desigualdades de classe, etnia, raça, no campo ou periferia, a má gestão dos recursos, e uma política ‘tupiniquim’ que permeia milhares de municípios brasileiros com um politicagem que retroage qualquer possibilidade de avanço dentro dessas realidades sociais, além do que a família que é o principal beneficiário das políticas públicas, cruza os braços  diante do seu papel em um conformismo de desigualdade histórica, transferindo as suas responsabilidades de família educadora e sociedade crítica, a um sistema politico muitas vezes corrupto e manipulador.
Mediante a tantas perguntas pertinentes, surgem outras que nos provoca à discussão. O que fazer então, para mudarmos essa crise de identidade social e educacional nesse país? Que estratégias e intervenções podem ser feitas para diminuirmos essas desigualdades?
Primeiro, precisamos conhecer o que são políticas públicas e para que serve. Depois nos propomos a discutir educação. Tecermos alguns pontos importantes para ponderarmos e nos posicionarmos como cidadãos críticos e assim, co-participantes das transformações políticas educacionais dentro da realidade social a que pertencemos. Digo assim, porque nada poderemos modificar nesse país se não conseguirmos mudar primeiro nossas concepções internas, dando a ela novos significados e deixarmos claro o que queremos e para onde desejamos nos conduzir como sujeitos políticos, e assim juntos, construirmos uma consciência coletiva de ideias, ações e transformarmos a realidade local a que estamos diretamente inseridos. Desse modo, pensaremos em políticas educacionais investigando e atuando sobre o seu processo de mudança nas estruturas e relações da sociedade.
As políticas públicas têm por função contribuir para a redução das disparidades, atuando de modo a promover ações comprometidas, não apenas, mas prioritariamente, com setores mais vulneráveis da sociedade. Entre as políticas públicas potencialmente capazes de incidir sobre a redução das desigualdades, encontra-se a política educacional.
 Para dissertar sobre política pública educacional, precisamos elencar fatores que fazem parte desse contexto e prioritariamente afirmar que para todos esses fatores que relacionaremos é preciso se buscar os resultados da qualidade social nesses atendimentos e a eficácia da sua aplicação. Essa eficácia diz respeito a dois grandes pontos: a possibilidade de aprendizagem e a democratização do conhecimento, possibilitando a esses cidadãos melhores condições de inserção social.
Para se promover tais políticas públicas precisamos de investimentos. O financiamento da educação constitui-se instrumento imprescindível para a implementação das ações governamentais. A exemplo disso, destacamos a luta da sociedade organizada nos últimos dois anos para a destinação de 10% do PIB para a educação e e sua aplicação nas ações das metas do PNE ( Plano Nacional de Educação) contrariando a proposta do governo de destinar somente 7%
Esta é apenas uma ação que destaco entre as 20 metas do PNE.
Os dados estatísticos possibilitaram mapear os déficits educacionais que precisam ser atendidos: políticas de impacto estrutural e pedagógico, ampliação do ensino fundamental em 9 anos, atendimento, universalização no atendimento a creche , melhoria da gestão educacional, formação e valorização dos trabalhadores de educação, apoio e extensão ao ensino médio, universalização no atendimento ao ensino profissional e superior.
Vários segmentos da sociedade tem se reunido em todo o país para elaborar as propostas do Plano Nacional de Educação, discutindo-o com a participação da sociedade em seus diferentes níveis – local – regional e nacional e que será materializada na Conferencia Nacional de Educação ( CONAE).
Vejo isso, como um avanço na problemática citada inicialmente a respeito da crise educacional desse país e na falta de atenção da sociedade no que diz respeito aos interesses educacionais do país.
Entendo que apesar da iniciativa da CONAE ser nova visto que é a segunda que acontecerá neste país, a sociedade tem buscado o entendimento com o governo, discutindo o que é melhor para a sociedade de forma organizada, bem representada e em todas as esferas sociais e regionais.
Ainda há muito que se discutir, reivindicar, se indignar, mas os avanços estão chegando, a sociedade aos poucos vai se apropriando do seu estado de direito e se posicionando na luta de seus interesses. É um começo.
Entretanto, é necessário que a sociedade seja atendida em suas proposições, cujo ápice é um projeto de educação de qualidade social para a maioria da população construído coletivamente possibilitando a construção de um país cada vez mais democrático, soberano e independente pertencente a um povo consciente, livre e igualitário. Caso contrario,  estaremos fadados as falácias do discurso, manipulação das massas e de regimes governo corruptos longe de seus verdadeiros ideais.

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