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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A JUSTIÇA DO CRISTÃO:
                        Hoje, estamos chegando ao ponto mais alto e mais controvertido do Sermão do Monte
Em nenhuma outra parte o ensino de Jesus é mais desafiador do que neste. Em nenhum outro ponto a contracultura cristã é mais óbvia. Nenhuma outra passagem do Novo Testamento nos mostra de forma tão clara o cristão como uma pessoa especial neste mundo. Nenhuma outra passagem nos desafia mais a permanecer-mos aos pés de Jesus suplicando sua graça e sua ajuda.
                         Mas, como dissemos, esta é uma passagem controvertida e confli-tante. E DUAS COISAS, pelo menos, a faz ser assim: 1ª) A instrução de Jesus de darmos a outra face a quem já nos bateu na primeira, nos faz sentir ridículos perante uma sociedade que tem se especializado em fazer justiça com as próprias mãos, em estabelecer o “olho por olho, dente por dente, vida por vida”. 2ª) Esta instrução agride o nosso senso de “justiça própria”. Nós vivemos numa sociedade que demanda e insiste sobre os seus direitos legais. Todos nós estamos familiarizados com isso, em nossos dias. Há pessoas que jamais se cansam de dizer-nos que o verdadeiro problema do mundo atual é que todos estão falando dos seus direitos, ao invés de falaram acerca dos seus deveres. E é sobre esse tipo de comportamento que Jesus está efetivamente interessado aqui. Os religiosos do seu tempo estavam mais uma vez distorcendo as Escrituras Sagradas, mas desta vez estavam contribuindo para o surgimento de uma sociedade hostil e ávida por fazer justiça com as próprias mãos. O problema é que o argumento deles era construído de uma forma tão sutil e tão aparentemente bíblica, que só quem estivesse envol-vido com uma outra ética e com um outro reino - o Reino de Deus - podia se dar conta das aberrações doutrinárias. Aquele tipo de religioso que usa as Escrituras apenas como orna-mento ou para embasar as suas atitudes sórdidas, de modo algum consegue se dar conta disso. Vejamos a sutiliza...
A DECLARAÇÃO DO VELHO TESTAMENTO
Os religiosos haviam pego uma declaração do Antigo Testamento, que aparece nos trecho de Ex 21.24; Lv 24.20 e Dt 19.21, e dado uma interpretação particular a ela.
Um estudante da Bíblia pode perguntar: Em quê eles estavam distorcendo as Escrituras, se quando abrimos a nossa Bíblia em Ex 21.24 podemos ler :”... olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé...”; e se vamos para Levítivo 24.20 encontramos: “Quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente. Ele será ferido do mesmo jeito que feriu o outro”; e quando vamos para Deuteronômio 19.21 podemos ler: “Não tenham dó nem piedade; o castigo será vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”?
AQUI É ONDE ESTÁ O “X” DA QUESTÃO.
O que nós precisamos saber, hoje, é que a Lei de Moisés além de ser um código moral é um código civil. Moisés estava instruindo a jovem nação de Israel em relação a conduta, a posses de terra, direitos civis, sociais, etc.
Precisamos ter em mente que Moisés tinha diante de si uma nação com pessoas aos milhares. Em Números 2:32 lemos que “o número total (só) dos homens de Israel registrados nos exércitos, grupo por grupo, foi de seiscentos e três mil quinhentos e cinqüenta”. Esse pessoal todo precisava de normas para se relacionar e para não se autodestruir.
Uma leitura do Pentateuco (os cinco primeiros livros do Velho Testamento, escritos pro Moisés), nos mostra uma grande variedade de “casos legais” sendo apresentada. Há uma ênfase toda especial sobre prejuízos causados a pessoas e propriedades.
É no decorrer desta legislação que aparecem as palavras: “Se os homens brigarem... Se houver danos graves, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe”.
O contexto torna claro que - sem dúvida alguma - esta era uma instrução dada para os homens que auxiliavam Moisés na liderança da jovem nação. Estes homens aparecem em Dt 19.17,18 na condição de juízes de Israel. Eu penso se tratar dos mesmos homens que foram escolhidos por Moisés, de acordo com o conselho de Jetro, o seu sogro, para serem líderes de dez, de cinqüenta, de cem e de mil (cf Ex. 18.14-26).
Portanto, tratava-se de um “Manual de Instruções”, um VADE-MÉCUM, para aqueles que estavam incumbidos de julgar os processos civis.
Em nenhum momento Moisés autorizou a qualquer cidadão comum de Israel fazer uso daquelas “normas” para impetrarem justiça com as próprias mãos. Mas isto é óbvio! Imagine em que se transfor-maria a jovem nação de Israel e o mundo se cada pessoa resolvesse fazer justiça com as próprias mãos. O caos seria estabelecido. Por outro lado, a própria justiça se tornaria injustiça. Não é por acaso que o código penal de qualquer nação civilizada considera CRIME o fazer justiça com as próprias mãos.
MAS O QUE FIZERAM OS RELIGIOSOS?
TIRARAM O CÓDIGO LEGAL DA MÃO DOS JUÍZES E PUSERAM UMA CÓPIA NA MÃO DE CADA CIDADÃO COMUM, ou, se preferirmos, fez de cada cidadão comum o seu próprio juiz.
Resultado: Estabeleceram uma sociedade cheia de justiça própria e ávida por fazer justiça com as próprias mãos. Pior: Transtornaram o projeto de unidade, de igualdade, de fraternidade, de comunhão estabelecido pelo próprio Deus.
É neste contexto que Jesus se insurge dizendo para aqueles que por séculos eram vítima de um ensino religioso distorcido: “Durante todo este tempo você foram ensinados que devem fazer justiça com as próprias mãos; vocês aprenderam que estão respaldados pela lei de Deus para pagarem o mal com mal. Mas eu quero dizer para vocês que não é assim. Nunca foi assim! A instrução dada por Moisés aos antepassados era uma instrução jurídica e visava auxiliar os juízes do povo no julgamento das suas questões pessoais. Contudo, agora, eu quero ensinar o certo para vocês. E o certo é:
Não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também.
Se alguém processar você para tomar a sua túnica, deixe que leve também a capa.Se um dos soldados estrangeiros forçá-lo a carregar uma carga um quilômetro, carregue-a dois quilômetros. Se alguém lhe pedir alguma coisa, dê; e, se alguém lhe pedir emprestado, empreste.
“Meu Deus, que discurso alienador é este de Jesus? Será que Ele não se tocava de que ninguém jamais será capaz de agir assim?”.
Este também é o meu jeito de pensar todas as vezes que eu me deparava com este ensino de Jesus. Muitas vezes, por achar que é impossível a qualquer ser humano fazer isso que Jesus está mandando fazer, eu sequer me dou ao trabalho de repensar a minha maneira de agir com as pessoas.
Mas esta minha maneira de pensar e de reagir aos ensinos de Jesus é principalmente fruto de toda uma cultura que me ensinou a ver a vida de uma maneira totalmente diferente.
Como a maioria de vocês, cresci numa cultura que premia os fortes e não os fracos, os que batem e não os que apanham, os vencedo-res e não os perdedores.
Philip Yancey, em seu excelente livro “O Jesus que eu nunca conheci” confessa que se ele estive sentado entre os ouvintes de Jesus quando o Mestre recitou pela primeira vez as bem-aventuranças e o Sermão do Monte ele teria saído dali mais confuso e injuriado do que consolado.
Porquê ele pensa que seria assim? Porque ele também é produto de uma cultura que exalta os poderosos e despreza os fracos. Uma sociedade que ensina aos seus jovens que eles serão realmente felizes quando atingirem um momento na vida em que não precisarão fazer nada que não queiram fazer e possam fazer tudo o que quiserem. Este é o “Sonho Americano”.
Há três coisas que precisamos guardar em nossas mentes quando nos propomos a estudar os ensinos preciosos de Jesus:
: Jesus jamais ensinou algo que não pudesse ser praticado. O padrão que ele exige foi primeiro testado por ele. Os profetas disseram sobre ele: “ele oferece as costas aos que lhe ferem e as faces aos que lhe arrancam os cabelos, nem esconde o seu rosto dos que lhe afrontam e lhe cospem”. O problema, porém, não se o ensino de Jesus é ou não praticável, mas se nós estou disposto a levá-lo a sério em minha vida.
: Nós, de forma natural, jamais vamos compreender - e muito menos cumprir - os ensinamentos de Jesus. O homem natural é cheio de justiça própria. Jesus não é o centro da sua da vida, mas o seu próprio “eu”.Precisamos do seu Santo Espírito agindo em nossos corações a cada dia.
3ª Verdade: Os ensinos de Jesus não são um convite à covardia. O próprio Jesus desafiou os religiosos do seu tempo. Eu não posso esquecer do momento em que ele entrou no templo e virou a mesa do cambistas e surrou todo mundo que fazia da Casa de Oração um covil de ladrões. Mas nós precisamos nos lembrar que o Seu senso de justiça, jamais o fez perder o controle de si mesmo ou diminuir o seu amor pelas pessoas.
4ª Verdade: Precisamos sempre lembrar mente que não devemos aceitar estes preciosos ensinos de Jesus com literalismo inexpressivo ou sem imaginação. Precisamos estar conscientes de que Jesus não os ofereceu como regulamentos detalhados, mas como ilustração de um valioso princípio: o princípio do amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta... Que se recusa a satisfazer o ego através da vingança e a pagar o mal com mal, por está totalmente liberto das animosidades da carne.
Conclusão:
O que pode ser mais prático para nós, neste momento, senão colocarmos sinceramente a nossa vida e os nossos sentimentos sob o crivo dos ensinamentos de Jesus. Quem sabe você que entrou aqui esta noite tem sido um prisioneiro emocional de pessoas que lhe causaram danos humanamente irreparáveis. Concretamente você não fez nada, mas sua mente constrói um destino cruel para aqueles que te feriram. DEIXE CRISTO ENTRAR EM SEU CORAÇÃO....

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